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Voltar Publicado em: sexta-feira, 24 de julho de 2020, 3h44

ABCS e 333 Brasil recebem ministra do MAPA em webinar sobre desafios e perspectivas para a cadeia de carnes – mercado asiático e europeu

O Webinar realizado na manhã desta quinta-feira, dia 23, pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e o portal 333 Brasil, reuniu um time de especialistas para falar sobre os desafios e perspectivas para a cadeia de carnes no mercado asiático e europeu. O evento marca o encerramento da primeira série de Webinars, que vem sendo veiculadas desde junho, com o objetivo de falar dos impactos da pandemia do novo coronavírus no agronegócio.

O Presidente da ABCS, Marcelo Lopes, iniciou o evento, falando sobre a atuação da ABCS na cadeia suinícola, que abrange todas as etapas, desde a granja, até o consumidor, e agradecendo a todos que tornam este trabalho possível. “Preciso fazer um agradecimento a todos que estão participando hoje. Aos produtores, frigoríficos, empresas amigas, e ao varejo que colaboram com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) que permitem que possamos realizar este trabalho”.

Um dos tópicos levantados pelo convidado, Adido Agrícola em Bruxelas, Guilherme Costa, foi a segurança alimentar. Em especial no mercado europeu em tempos de pandemia, já que a União Europeia compõe a lista dos países mais exigentes do mundo. O Adido Agrícola destacou que a União Europeia é um mercado de grande importância, com altos padrões de exigências, no entanto auxilia na agregação de valor à produção e na gestão da qualidade, e assim, atendendo seus padrões, automaticamente atenderá os demais países importadores.

Ele destacou a posição da Comissão Europeia diante de promover sistemas de produção mais sustentáveis, iniciativa que propõe um sistema alimentar mais justo, saudável e ecológico, alinhado com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) promovidos pela ONU. Além disso, reafirmou a estratégia Farm to Fork (da fazenda ao garfo), que deriva do Green Deal, para proteger a saúde e o bem-estar único (pessoas, animais e ambientes) e ao mesmo tempo acelerando a transição dos sistemas de produção de alimentos mais sustentáveis, e sempre promovendo a competitividade do setor agro alimentário europeu.

Já em relação ao mercado asiático, o Adido Agrícola Gutemberg Barone, que hoje está na Coréia do Sul, mas já esteve também à frente das negociações com Japão, discorreu sobre as perspectivas do acordo Mercosul com a Coréia, que está correndo de forma mais lenta em função da pandemia. Segundo ele, a expectativa é fechar um acordo equilibrado, que beneficie ambas as partes, assim como o acordo Mercosul e União Europeia, já que é um mercado asiático é estratégico, especialmente para o agronegócio brasileiro, 60% do que o Brasil exporta para a Coreia são produtos agrícolas.

Porém, temos que ficar atentos, pois a Ásia é um continente muito grande, com vários países e particularidades. Precisamos diversificar não só os produtos, mas os países e destinos também. É um mercado em potencial que representa importantes oportunidades para o Brasil.”

Ainda falando de Ásia, Jean Manfredini, Adido Agrícola na China, reiterou a importância do mercado chinês para o Brasil, e também a relação de cooperação mútua entre os dois países: “a China é um gigante em termos de consumo e oferta de produtos. Tem sido a grande responsável pelo excelente resultado na nossa agricultura nos últimos anos e possui uma
demanda gigantesca pela carne suína.”

Porém, ele destaca algumas necessidades, como a diversificação de pautas. “Hoje nós exportamos enormes quantidades de produtos para a China, mas pouca variedade. Estamos conversando com as autoridades chinesas para diversificar esses produtos, assim como fizemos com os derivados lácteos no ano passado, com o algodão e a carne bovina processada. Agora estamos negociando o milho, gergelim, frutas, outros grãos e alimentos de origem animal.”

Outra pauta, é a agregação de valor. Que segundo ele, depende de uma colaboração entre o setor público e privado brasileiro, em entender como o mercado chinês funciona, quais são as demandas e como trabalhar os produtos no Brasil para atender a demanda chinesa. “Precisamos adequar a linguagem, não apenas no idioma, em parceria com o marketing chinês, para que ela seja assimilada pelo consumidor. A participação do setor privado na China ainda é limitada.

É importante que o setor privado esteja mais presente negociando com os chineses.” Ele comentou também sobre o cenário pós pandemia no país, “desde o início o governo adotou medidas muito duras, que fizeram com que a economia praticamente paralisasse. Porém, as medidas foram eficientes. Conseguimos frear o vírus e agora a economia voltou a crescer, apresentando uma melhor situação de PIB nesse cenário de pandemia.”

A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve presente e ressaltou o apoio do MAPA ao agronegócio brasileiro, especialmente ao mercado de suínos, recomendando também a ampliação dessa atividade: “Hoje, no mercado pecuário, não tem um segmento com oportunidades melhores que a suinocultura. Podemos expandir a atividade de produção de suínos para outros países, temos tecnologia, saúde do rebanho, segurança do alimento, gente e crédito para crescer essa atividade no Brasil.”

Ela falou também da necessidade em se aprimorar cada vez mais nas questões de sanitárias, “já era assim antes da pandemia, mas agora temos que redobrar os cuidados nesta questão. Fazer a diferença na sanidade e segurança do alimento, pois o mundo vai exigir isso globalmente. O Brasil já faz muito, mas podemos nos aprimorar.” Aproveitando a ocasião, o presidente da ABCS e a Ministra conversaram sobre o mercado interno, e sobre a comunicação do agricultor com o consumidor. Tópico que já é trabalhado pela Associação através de um plano estratégico em dialogar com toda a cadeia produtiva.

Para a Ministra, faz parte da comunicação entender quais são os anseios do consumidor, não apenas no Brasil, mas no mundo: “temos que saber o que o consumidor quer e espera dos alimentos. Na China a tendência é querer saber qual a origem dos alimentos que eles estão consumindo. Além de todas as boas práticas, as tecnologias e tendência de mercado, você tem
que ter cada vez mais nos rótulos, a rastreabilidade, onde aquele alimento foi produzido, e todas as informações que ele precisa.”

Ela inclui também a oportunidade criada pelo cenário de pandemia, onde o temor pelo desabastecimento fez com que a sociedade desse mais importância para a produção nacional, “a sociedade tomou consciência da importância da produção de alimentos para um país, não podemos deixar isso se perder. Temos que nos comunicar com os consumidores, levando a importância do alimento, mostrando a qualidade dos alimentos que temos excelência. Tá na hora de levar as informações corretas e mostrar o que de bom os nossos produtores e agroindústrias fazem.”

Flávio Betarello, Secretário Adjunto de Comércio e Relações Internacionais do MAPA completou o discurso, reiterando as ações do Ministério para fomentar um agronegócio mais sustentável: “há inúmeras políticas públicas, entre elas o plano ABC, que inclui dentro desse escopo diversas tecnologias que são braços da sustentabilidade da agricultura e pecuária. Essa será cada vez mais uma preocupação não só no Brasil como no mundo.

As preocupações são os 3S’s: a Saúde, a Sanidade, e a Sustentabilidade, que transcende todas as discussões.” Para ele, no que se refere a comunicação, as desinformações devem ser combatidas através de dados. “Para nós do setor, é muito claro diferenciar a atividade ilegal, da atividade do agro. Mas não haverá essa percepção de que são coisas distantes, enquanto não formos além de campanhas de narrativa, e mostrarmos dados concretos.”

Segundo a Diretora Técnica da ABCS e moderadora do Webinar, Charli Ludtke, o evento online contou com a participação de 500 inscritos, em diversos países como Argentina, Estados Unidos, Chile, Itália, Paraguai, Peru, Colômbia, Bolívia, Guatemala, Costa Rica, Equador, Uruguai, Emirados Árabes Unidos e Brasil; cumprindo com a missão que é levar informação de
qualidade a todos que assistiram, além de compartilhar os desafios e as perspectivas que envolvem os acordos comerciais. Importante papel desenvolvido pela gestão da Ministra Tereza Cristina e sua equipe, e principalmente pelos Adidos Agrícolas do MAPA.

Hoje o Brasil exporta para mais de 180 países (carnes suína, aves e bovina) e somente para China temos 101 frigoríficos habilitados (17 plantas para suínos, 37 bovinos e 47 para aves), isso demonstra um sério trabalho que vem sendo desenvolvido de acesso a novos mercados, um sistema sanitário seguro e a forte colaboração entre o setor público e privado.

O Webinar terminou com agradecimentos, e com a mensagem deixada por Guilherme Costa, de que hoje o Brasil se encontra numa posição de destaque em termos de produção e comercialização. “Isso tem que trazer dois sentimentos, de orgulho para impulsionar o trabalho e o de prudência, pois não é por que estamos bem em vários setores que não podemos fazer
melhor. Temos que ser pacientes e persistentes, demonstrando sempre o nível de qualidade do nosso agronegócio de forma constante com uma parceria público-privada.”

Confira o Webinar completo abaixo: