Notícias

Fale com a comunicação da ABCS

  • (61) 3030-3200
  • (61) 98133-7824
  • comunicacao@ abcsagro.com.br

Voltar Publicado em: quinta-feira, 30 de junho de 2022, 4h31

ABCS participa do lançamento do Plano Safra 2022/2023

Plano Safra 2022/2023 disponibilizará R$ 340,8 bilhões, o valor reflete um aumento de 36% em relação ao Plano Safra anterior

Na última quarta-feira (29), em Brasília, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) acompanhou o lançamento Plano Safra 2022/2023, que ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a presença do presidente da república Jair Bolsonaro e do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Marcos Montes, além de outras autoridades.  Com aporte de R$ 340,8 bilhões, o valor do Plano reflete um aumento de 36% em relação ao Plano Safra anterior, que disponibilizou R$251 bilhões aos produtores rurais.

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que o acréscimo de recursos é muito importante para a suinocultura. Por outro lado, Lopes reforçou que a linha de retenção de matrizes, que era muito esperada pelo setor, não saiu. “A linha de retenção de matrizes é essencial para a suinocultura, ainda mais nesse ano em que o setor passa por uma crise econômica em que o preço de venda do suíno não paga o custo.”

Juros

Os recursos do Plano com juros controlados somam R$ 195,7 bilhões (acréscimo de 18%), com juros livres, R$ 145,18 bilhões (acréscimo de 69%) e os recursos equalizados, que são aquela parte dos juros que não é cobrada do tomador, cresceu 31%, chegando a R$ 115,8 bilhões.  Na oportunidade, o Ministro da Agricultura, Marcos Montes, explicou que as taxas de juros foram compatíveis ou inferiores às taxas de mercado, inferiores até à taxa Selic.

Para o presidente da ABCS, os juros do Plano 2022/2023 não são baixos, mas devido ao cenário econômico que o país está passando e a própria alta da Selic, foi dentro do esperado. “A ABCS junto das demais entidades do Agro trabalhou para os juros serem abaixo de dois dígitos, infelizmente não foi para todas as linhas, porém foi abaixo da Selic.”

Pequenos e médios produtores

Como reforçado pelo governo, os produtores pequenos e médios continuam sendo prioridade no Plano Safra. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) teve um acréscimo de 36%, sendo destinados R$ 53,61 bilhões, com juros de 5% ao ano (para produção de alimentos e produtos da sociobiodiversidade) e 6% ao ano (para os demais produtos). Já para o médio produtor, por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor (Pronamp) foram disponibilizados R$ 43,75 bilhões, um aumento de 28% em relação à safra passada, com juros de 8% ao ano. Os recursos disponibilizados em ambos programas são com taxas de juros controladas.

Demais produtores

Para os outros produtores e cooperativas, o total disponibilizado chega a R$ 243,4 bilhões, com taxas de juros de 12% ao ano. Os produtores rurais também podem optar pela contratação de financiamento de investimento a taxas de juros pós-fixadas.

Inovação

O Plano Safra disponibiliza recursos para o incentivo à inovação tecnológica e para investimentos necessários para a adoção de boas práticas agropecuárias e de gestão da propriedade, como o programa Inovagro. Nesta edição, o Inovagro terá R$ 3,51 bilhões em recursos, com juros de 10,5% ao ano. Entre os financiamentos previstos para a linha estão os investimentos relacionados a sistemas de conectividade no campo, softwares e licenças para gestão, monitoramento ou automação das atividades produtivas, além de sistemas para geração e distribuição de energia produzida a partir de fontes renováveis.

LCA

Outra novidade deste lançamento foi o aumento referente aos recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), que saiu de 50% para 70%.  Segundo a equipe técnica do MAPA, a LCA é um título de renda fixa emitido pelos bancos para financiar atividades agropecuárias e a expectativa é que a medida gere uma maior participação do mercado de finanças privadas do agro, com a expansão de títulos como a CPR, CDCA, CRA, além da LCA.

Plano Safra e a Suinocultura

Segundo o consultor de mercado da ABCS, Iuri Machado, o Plano Safra 2022/2023, dependendo do ponto de vista, pode ser encarado de forma positiva ou trouxe algumas frustrações. “Se comparamos a Selic de hoje em relação a do plano safra anterior, houve uma verdadeira inversão positiva para o setor agropecuário, visto que em meados do ano passado a Selic era inferior a 5% e hoje já está em 13,25%, ou seja, as taxas oferecidas pelo novo Plano Safra, tanto de custeio, quanto de investimento, embora mais elevadas, estão inferiores a Selic”.  O consultor explica ainda que para a suinocultura, excetuando-se as linhas para pequenos e médios produtores (Pronaf e Pronamp), os juros de custeio continuam em patamares relativamente altos (12%), bem como de investimento, como por exemplo o Inovagro. (10,5%). “O aumento do volume de recursos disponíveis pode não ser suficiente para compensar as altas taxas de juro em uma atividade de alto risco que já vem acumulando prejuízos e dívidas de uma das piores crises da história”, ponderou. 

Veja o pronunciamento do presidente da ABCS: https://www.instagram.com/p/CfZ8ZS7AfbU/?hl=pt