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Voltar Publicado em: terça-feira, 9 de agosto de 2011, 2h44

Glauber Machado aponta principais desafios para o futuro da suinocultura

Glauber Machado aponta principais desafios para o futuro da suinocultura

“É preciso preparar o sistema para o futuro e avaliar a viabilidade de novos sistemas de produção” afirmou o médico-veterinário

 

O médico-veterinário e consultor, Glauber Machado, apresentou durante o XIV SNDS um completo panorama da realidade da suinocultura brasileira e mundial, falou sobre os principais itens que vão determinar o sucesso e a competitividade do setor diante das novas exigências internacionais e do novo consumidor. Na palestra ele alertou para os rumos da produção e para as tendências favoráveis de crescimento de consumo interno com o auxilio de campanhas e trabalho conjunto “Todo e qualquer esforço privado e público em busca de ampliação de mercado externo é estrategicamente essencial. Mas nosso maior e mais consistente futuro está no mercado interno”, afirmou.

Na palestra Glauber elencou uma série de itens essenciais e prioritários para a sustentabilidade da suinocultura brasileira diante da realidade da produção nacional como biossegurança, sanidade, bem estar animal, uso racional de antimicrobianos e o desafio de investir nos talentos humanos. Entre os exemplos citou o despreparo diante de possíveis riscos sanitários e as mudanças de perfil da produção. “A suinocultura brasileira conta com um setor privado competente e responsável. Mas não está preparado para lidar com doenças exóticas. Não possui estrutura diagnóstica suficiente nem tampouco planos de contingência técnico financeiras constantes. Além disso, a maior parte dos sistemas de produção do nosso país não está preparado para lidar com doenças e vírus, tanto em infraestrutura quando em políticas de biossegurança. Nosso futuro depende de nós prepararmos gradativamente desde já” alerta.

Glauber exemplificou o sistema de produção brasileiro  em comparação com o sistema americano “Wean-to-finish” com as vantagens sanitárias, de ganho de peso e os custos adicionais com equipamentos e instalações. Citou ainda a simplificação da logística e redução do custo de transporte do modelo americano e as complicações da implantação do processo no Brasil, destacando entre os desafios o custo de construção dificuldade de adaptação das instalações existentes e investimentos em manejo da temperatura, tratamento de dejetos entre outros “Um futuro promissor invariavelmente envolve a revisão de ideias”, argumentou Glauber no sentido do Brasil precisar reavaliar o sistema de produção diante de possíveis ameaças sanitárias e exigências como o Bem Estar Animal.

O palestrante citou a necessidade de investimentos em ambiência, especialmente nas fases de gestação e maternidade, diante da urgência de uma normatização do Bem Estar Animal no país “O Brasil é o único grande exportador que ainda não tem uma diretriz clara no sentido do BEA. Os EUA e os países ocidentais desenvolvidos já fizeram isso rapidamente. A percepção do consumidor é irreversível em relação ao Bem-estar Animal” finalizou Glauber.

Machado falou ainda do crescimento da percepção e demanda por segurança alimentar e citou os fatores externos que afetam os sistemas de produção como a proibição do uso de antibióticos como promotores de crescimento, restrições ambientais crescentes, aumento do custo da alimentação e dificuldades de mão de obra em todos os níveis “Tende a crescer, rapidamente o desafio de qualificação e motivação de mão de obra para a suinocultura. Novas estratégias são necessárias para a sustentabilidade futura. Dentre elas estão a crescente automatização, controle da ambiência, treinamento e políticas de compensação”.

 

Fonte: Assessoria de Imprensa