Para falar sobre oportunidades num mercado inconstante, e debater os as medidas de enfrentamento ao desastre no Rio Grande do Sul, a ABCS esteve presente no evento nos dias 26 e 27 de junho!

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) esteve presente na 4° edição do 333 Experience Congress Brasil, que aconteceu nos dias 26 e 27 de junho deste ano, em Florianópolis/SC. O evento reúne lideranças e profissionais da suinocultura com o objetivo de gerar conectividade e networking para impulsionar o setor. A 333 Brasil, organizadora do evento, é uma importante parceira da Associação na comunicação da carne suína no país. 

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, esteve presente na abertura participando do painel “Oportunidades em um mercado que oscila”, junto de representantes da indústria de alimentos, como a Seara e a Alibem, e da Agroceres Pic, empresa de genética animal e parceira da ABCS. Marcelo falou sobre o papel da ABCS em promover a comunicação com os consumidores, citou o exemplo da Semana Nacional da Carne Suína, e apresentou a nova iniciativa da Associação, a série de Porco a Porco: quebrando os mitos da carne suína”, gravada para redes sociais em parceria com o chef Jimmy Ogro. 

“Vivemos um momento diferente, depois de muitos anos de dificuldade e é muito importante que possamos compartilhar um pouco das nossas experiências, das nossas vitórias e das nossas dores. A ABCS há muitos anos vem trabalhando fortemente em se comunicar, entendemos lá atrás que o nosso consumidor não conhece o processo produtivo, não tem consciência do produto que nós fazemos, aprendemos que o consumidor não compra só o produto, compra também a história e o significado. E para chegar nesse ponto de diálogo, precisamos romper diversos obstáculos”, explicou. Marcelo ressaltou ainda que o agronegócio se comunica muito bem com o público interno, mas que chegar no público externo ainda é um desafio que a ABCS tem trabalhado para vencer. 

Painel ABCS

Já no segundo dia de evento aconteceu o Painel ABCS, que discutiu as lições aprendidas quanto ao enfrentamento de desastres naturais no Rio Grande do Sul. Moderado pela diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, que recebeu o Presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, o  Gerente Executivo de Sustentabilidade da Seara Alimentos, Vamiré Luiz Sens Júnior, o Diretor Presidente da Alibem Alimentos,  José Roberto Goulart, e a Auditora Fiscal Federal Agropecuária Adriana Cavalcanti, Coordenadora Geral de Programas Especiais e Diretora substituta do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do DIPOA/MAPA.

A Diretora Técnica da ABCS, explica que: “Diante de todo o cenário que vivemos desde o ano passado no Rio Grande do Sul, achamos importante trazer o tema de uma forma técnica e sistemática, compartilhando as lições aprendidas por quem estava na linha de frente no enfrentamento da enchente que assolou o estado, em especial do ponto de vista do produtor, das indústrias e do governo.” Charli explica ainda que essas lições são valiosas, pois o Brasil não tem uma cultura de enfrentamento a desastres ambientais, a exemplo dos Estados Unidos que têm estabelecido planos de contingência para atuar nessas situações. Para contextualizar o painel, Charli trouxe um panorama dos impactos causados pelo desastre no estado, e os prejuízos para o meio rural.

Durante o painel, o presidente da ACSURS relatou a situação do estado, descrevendo as experiências vivenciadas pela população e pelos produtores durante as enchentes. Ele enfatizou que a principal lição é que os produtores devem buscar informações e desenvolver estratégias para enfrentar desastres como esses. Além disso, destacou o papel da entidade em apoiar e orientar. “Nós como entidade, o que pudermos fazer para apoiar e orientar, é nosso papel”, concluiu.

O Gerente Executivo de Sustentabilidade da Seara, ressaltou o papel  das grandes indústrias em fornecer suporte à população, e planejar ações diante da situação. “Na empresa, trabalhamos com um programa chamado ‘fazer o bem faz bem’ e, com todas as unidades, conseguimos fazer uma campanha voltada para o apoio ao Rio Grande do Sul, onde conseguimos arrecadar 240 toneladas de alimentos não perecíveis de itens de higiene básica e água”. Como lição aprendida, ele enfatizou a importância da colaboração entre iniciativa público-privada para superar situações como as de desastres.

O diretor presidente da Alibem, citou a quantidade de eventos climáticos e o curto intervalo entre eles, e a importância da iniciativa privada para entrar com recursos de forma rápida, além de defender medidas governamentais como linhas de crédito acessíveis para desastres e gatilhos para enfrentamento de calamidade pública. E para representar o poder público, a diretora substituta do DIPOA/MAPA, explicou as ações do governo federal em resposta à situação que afetou produtores e indústrias, reforçando a importância de planos de contingência conjuntos para preparar todos para enfrentar desastres.

Em conclusão, Charli ressaltou a união dos setores nesse momento de necessidade. “Saímos daqui com a seguinte mensagem: o setor se uniu. Não houve competitividade entre as indústrias, mas sim um enfrentamento em conjunto, onde todos se uniram para tentar minimizar o máximo o estrago sofrido, seja por meio de doações individuais, ou por voluntariedade direta, o importante foi a continuidade.” Ainda reforçou, “nós temos que trabalhar para buscar uma linha de crédito, um fundo, que funcione para resguardo da população/produtores em enfrentamento de calamidades como essa.”