Notícias

Fale com a comunicação da ABCS

  • (61) 3030-3200
  • (61) 98133-7824
  • comunicacao@ abcsagro.com.br

Voltar Publicado em: quarta-feira, 29 de junho de 2011, 9h59

ABCS propõe medidas de recuperação do setor na Câmara dos Deputados

 

ABCS propõe medidas de recuperação do setor na Câmara dos Deputados 

“Os produtores estão quebrando”, assim começou o discurso do presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, nesta quarta-feira (29) em audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. O momento complicado enfrentado pelos produtores brasileiros de carne suína e o embargo russo a 85 frigoríficos dos Estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná, reuniu para discussão associações estaduais de criadores, representantes do governo e mais de 30 deputados. O encontro, proposto pelos deputados Bohn Gass (PT-RS) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), buscou não só esclarecer o motivo do embargo da Rússia à importação de carne, mas também encontrar soluções para crise por que passa a atividade.

Junto das associações estaduais, a ABCS apresentou dados referentes ao prejuízo pago pelo produtor nos últimos três meses, que hoje já somam mais de R$ 1 bilhão e reforçou que embargo russo só vem agravar a crise dentro do setor. “Precisamos desatrelar essa crise do embargo russo, que passou a vigorar há apenas 10 dias. Nosso grande problema se encontra nos valores de comercialização do milho que atingiram índices desproporcionais à sustentabilidade do setor, aliado a um desequilíbrio entre oferta e demanda”, defendeu o presidente. O posicionamento da entidade foi ratificado pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, “vamos resolver a situação do embargo junto ao governo Russo e a crise irá permanecer no setor, por isso, precisamos enfrentar a questão de abastecimento de milho e alinhar a demanda interna”. Já o presidente da Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, atentou os presentes para as disparidades do preço pago ao produtor e os valores de venda no varejo. “Se o produtor está quebrando, os frigoríficos também não atingem suas margens de sustentabilidade e o preço na baixa na gôndola, alguém está lucrando com essa situação”, decretou.

A Companhia Nacional de Abastecimento, por meio do seu porta-voz o engenheiro agrônomo da gerência de oleaginosas e produtos pecuários, Tomé Guth, informou que irá priorizar o aumento de milho para venda balcão, em preços acessíveis, e também buscará ampliar o armazenamento do grão para o segundo semestre desse ano. Além disso, a Conab também se prontificou a levantar alternativas e novos instrumentos de política agrícola. Para a maioria dos deputados o principal problema é a ausência de um plano de contingencia e um planejamento estratégico, “que resulta em um ônus que o suinocultor brasileiro não tem mais condições de arcar”, defendeu o deputado Onyx Lorenzoni. Segundo Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), é preciso intervenção direta do governo. “Somos responsáveis por salários, empregos, geramos renda que sustenta milhares de municípios. Não podemos ser marginalizados pelo governo de estado”. Respondendo a esse questionamento, Dr. Francisco Jardim, Secretário de Defesa Agropecuária do MAPA, apoiou uma das reivindicações mais importantes propostas pelos representantes da suinocultura presentes: a aquisição de carnes pelo governo e a formação de estoque. Outra definição é a presença do governo no desenvolvimento de campanhas de incentivo ao consumo da carne suína, buscando equilibrar imediatamente a oferta e demanda do produto no varejo. O deputado Ronaldo Caiado defendeu a necessidade imediata de renegociação das dívidas de custeio e investimentos dos produtores de suínos. “Há mais de 10 anos que há um incentivo efetivo para os produtores rurais. Vários setores como o automobilístico e tecnológico tiveram redução de impostos e incentivo do governo, enquanto a suinocultura que emprega mais de 1 milhão de pessoas está a mercê do mercado”, encerou.

 Fonte: ABCS