Voltar Publicado em: segunda-feira, 18 de março de 2024, 11h46
ABCS publica artigo em parceria com a 333 Brasil! EQC: Entendendo melhor o processo das importações brasileiras de suínos reprodutores
Uma parceria público-privada, que visa mitigar o risco de entrada de doenças exóticas, emergenciais e de controle oficial no Brasil, com o objetivo principal de proteger o plantel nacional de suínos
Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) – Litoral de São Paulo: Uma parceria público-privada, unindo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e Associação Brasileira das Empresas de Genéticas (ABEGS), visando mitigar o risco de entrada de doenças exóticas, emergenciais e de controle oficial no Brasil, com o objetivo principal de proteger o plantel nacional de suínos e, consequentemente, promover sua produção e comercialização seguras.
A localização da Estação Quarentenária de Cananéia (EQC) no litoral do município de Cananéia, São Paulo/SP, região estratégica composta por ilhas, proporciona um isolamento favorável, reduzindo significativamente o risco de disseminação de patógenos e protegendo contra a introdução de doenças exóticas com potencial impacto.
A EQC realiza a quarentena dos reprodutores suídeos importados em um único local oficial no Brasil, conforme imagens (1, 2 e 3) que ilustram a Estação Quarentenária de Cananéia.
Nesse contexto, a EQC tem um papel fundamental. Os suínos importados que adentram a Estação Quarentenária são submetidos ao monitoramento contínuo do serviço veterinário oficial (MAPA) e, após realizados os exames clínicos e laboratoriais, e cumprida a quarentena, são liberados e transportados para povoar as Granjas de Reprodutores Suínos Certificadas (GRSC). Esse processo de quarentena dos animais na EQC é dinâmico, com entradas e saídas de lotes únicos, “tudo dentro, tudo fora”, bem como um cronograma de utilização das instalações do MAPA entre as Empresas de Genéticas (Figura 1).
Segue detalhadamente o esquema de importação de suínos na EQC:
1. Os suínos reprodutores importados são embarcados no país de origem e destinados ao Brasil.
2. Os suínos importados ao Brasil desembarcam no aeroporto de Viracopos (Campinas/SP), . que recepciona as cargas vivas internacionais. Assim, como é realizado todo o trâmite burocrático e desembaraço fiscal pela Receita Federal (RF).
3. Os animais desembarcados são deslocados para a área de espera no aeroporto, onde é realizada a fiscalização pela Vigilância Agropecuária (Vigiagro/MAPA), para a manutenção da sanidade agropecuária das importações quanto ao trânsito internacional.
4. Após a liberação das cargas vivas por parte do Vigiagro e RF, os suínos são embarcados e transportados do Aeroporto Internacional de Viracopos, para a Estação Quarentenária de Cananéia.
5. Após o trânsito terrestre, os suínos reprodutores (machos e fêmeas), o Serviço Veterinário Oficial (SVO/MAPA) recepciona os animais na EQC para proceder junto com o Responsável Técnico da Empresa de Genética, onde ocorre o desembarque dos animais, realização da quarentena com o monitoramento contínuo.
6. Durante o período de quarentena (em torno de 30 a 45 dias), são realizados os exames clínicos de todos os animais, coletas de amostras para análises laboratoriais e inspeção zootécnica para emissão do Certificado de Registro Genealógico de cada suíno reprodutor.
As análises obrigatórias são: Doença de Aujeszky; Peste Suína Clássica; Peste Suína Africana**; Leptospirose; Gastroenterite Transmissível; Síndrome Respiratória e Reprodutiva dos Suínos; Diarreia Epidêmica Suína. **Provas de PSA serão realizadas tão logo haja laboratório credenciado/reconhecido para tal finalidade (importação de animais) no Brasil.
Lembrando que o Brasil possui o status sanitário de rebanho livre de Peste Suína Africana – PSA, Peste Suína Clássica – PSC (dividido entre Zona Livre-ZL e Zona não Livre-ZnL), Síndrome Respiratória e Reprodutiva do Suíno – PRRS, Diarreia Epidêmica Suína – PEDv, Gastroenterite Transmissível – TGE e Febre Aftosa (país livre com e sem vacinação).
7. Após cumprido o período de quarentena na EQC, e realização de todos os exames e análises laboratoriais, procede-se para avaliação e autorização por parte do SVO/EQC/MAPA. Com a autorização emitida pelo SVO, os animais estão aptos para o embarque/transporte e encaminhados via terrestre para a Granja Núcleo da empresa de material genético, na qual se realiza o programa de melhoramento genético. Ao chegarem na Granja Núcleo, os suínos são submetidos a exames e quarentena (30 dias), e estando aptos, os animais serão liberados para o transporte interno e povoamento na Granja Núcleo.
Cada empresa de genética possui o seu médico veterinário responsável, que realiza o acompanhamento das importações, junto ao SVO, bem como as demais etapas do processo durante a quarentena na EQC, monitoramento do transporte e alojamento na Granja Núcleo (Figura 2).
Tabela 1: Número de quarentenas realizadas na Estação Quarentenária de Cananéia, nos últimos 5 anos, e o total de suínos reprodutores (macho e fêmea) importados para povoamento de Granjas Núcleo e atualização de material genético brasileiro.