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Voltar Publicado em: quarta-feira, 16 de novembro de 2016, 6h07

Banco do Brasil inicia renegociação de custeios e investimento para suinocultores

Banco do Brasil inicia renegociação de custeios e investimento para suinocultores

Medida entrou em vigor no dia 14 de novembro e vale para a prorrogação das parcelas entre setembro de 2016 e março de 2017

 

Suinocultores que pretendem renegociar os vencimentos dos custeios e investimentos pecuários para suínos junto ao Banco do Brasil já podem procurar suas agências para tentar a prorrogação dos débitos. No último dia 11 de novembro a instituição financeira divulgou uma instrução interna para todo o país autorizando as operações. A medida, que deve dar um novo fôlego aos produtores, é resultado do pleito defendido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) durante reunião realizada com representantes do banco em outubro.

Conforme a instrução divulgada, o Banco do Brasil identificou que a renda do suinocultor foi consideravelmente impactada pelos custos de produção, especialmente pela elevação do preço do milho, e ainda por fatores mercadológicos, como o desaquecimento do mercado interno, que também influenciaram na redução de margens da atividade. Assim, ficou estabelecido que desde o dia 14 de novembro o produtor pode procurar suas agências para renegociar a prorrogação das parcelas vencidas e vincendas entre setembro de 2016 e março de 2017, de empreendimentos conduzidos por suinocultores independentes.

Ainda de acordo com o comunicado do banco, para a renegociação das dívidas serão admitidos a dispensa do cálculo individualizado de capacidade de pagamento para as operações de custeio e investimento; novo cronograma de retorno para as operações de custeio, com exigência de pagamento mínimo de 15% para os produtores da região Sul, 30% para a região Centro-Oeste e 50% para as regiões Sudeste, Norte e Nordeste; além da prorrogação das parcelas de investimento, inclusive os custeios prorrogados em anos anteriores, vencidas ou vincendas no período de 01.09.2016 a 31.03.2017, para um ano após o vencimento final do contrato.

Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, a medida deve ajudar os produtores a entrar em 2017 menos descapitalizados. “Importante ressaltarmos o trabalho da diretoria de agronegócio do Banco do Brasil, que mesmo sem a obrigatoriedade de conceder a renegociação, entendeu o momento de dificuldade dos suinocultores e concedeu essa medida que chega em um momento crucial para que os produtores consigam recompor o capital de giro e possam honrar suas dívidas no futuro”, afirma.

Para Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) e conselheiro e de relações com o mercado da ABCS, a medida deve aliviar o caixa dos produtores. “Essa conquista é resultado da audiência pública realizada em outubro a partir da mobilização feita pela ABCS, associações estaduais e produtores. Sem dúvida essa renegociação vai dar um novo fôlego e até mesmo permitir que os produtores tenham um escalonamento e consigam condições mercadológicas melhores no futuro”.

Desde o primeiro semestre deste ano, quando houve uma forte redução da oferta de milho no mercado interno e a disparada dos preços do grão, o setor suinícola brasileiro já acumula prejuízos que chegam à casa dos R$ 2,4 bilhões. Na tentativa de encontrar soluções para a crise, o setor participou de audiência pública no dia 04 de outubro na Câmara dos Deputados, em Brasília, onde foram cobradas medidas de apoio do governo.

Como consequência da iniciativa, a cadeia obteve ainda no mês de outubro a liberação da importação de milho transgênico dos Estados Unidos, tida pelos produtores como uma opção viável e possível de abastecimento. Além dos pleitos já conquistados, o setor ainda luta pela abertura de uma linha de crédito emergencial para recomposição do capital de giro; a recomposição dos estoques públicos de grãos; a aprovação do projeto de lei Nº 5449/2016, que prevê a subvenção econômica a produtores; a inclusão de uma linha de crédito específica para retenção de matrizes no Plano Agrícola Pecuário; e a disponibilidade de linhas de crédito para modernização da atividade.

 

Fonte: ABCS

Publicado em 16/11/2016