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Voltar Publicado em: quarta-feira, 6 de junho de 2012, 9h41

Câmara dos Deputados: Jeronimo Goergen destaca crise da suinocultura no plenário

Câmara dos Deputados: Jeronimo Goergen destaca crise da suinocultura no plenário

Com orientações da ABCS, Deputado expõe números que assolam o setor


Na tarde desta quarta-feira (6), a crise que afeta a suinocultura brasileira e que tem tomado proporções maiores a cada dia foi destaque no discurso feito no Congresso Nacional pelo Deputado Jeronimo Goergen. O parlamentar destacou os problemas enfrentados pelos produtores, especialmente na região Sul do país, além de dados já apontados pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), que mostram os baixos valores de comercialização, contra os altos índices de produção do quilo do suíno vivo. O pronunciamento será retransmitido ainda hoje na Voz do Brasil.

Confira abaixo o discurso na íntegra:

“Há mais de um ano a suinocultura brasileira tem acumulado prejuízos em função da disparidade entre o custo de produção do quilo de suíno e sua cotação no mercado. Para evitar o acirramento da crise com a pressão da oferta interna, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) pede ajuda aos parlamentares para levar o problema à esfera estadual e federal e assim obter benefícios que possam atenuar os prejuízos acumulados no decorrer desses meses. Os produtores de carne suína no sul do país estão à beira da falência. Segundo informações da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS) os cálculos atuais, dentro das propriedades produtoras, apontam uma diferença, entre o custo e a venda, que preocupa, pois a formação de um quilo de suíno vivo custa R$ 2,50, quando na venda se recebe, em média, R$ 1,60 pelo mesmo peso, ou seja, um prejuízo de R$ 90,00 por suíno abatido. O ultimo mês no estado foi configurado por um excesso de produção em função de ganhos de produtividade e, segundo os produtores gaúchos, de um descontrole das principais agroindústrias que aumentaram a produção sem horizonte de novos mercados. Por isso, é possível encontrar hoje suinocultores vendendo leitões de 22kg por R$ 42,00.

Os dados repassados pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso, (Acrismat), agravam também o quadro nacional. Atualmente, o custo de produção está em R$ 2,30, mas o preço de mercado é de R$ 1,65 o quilo. Com a carne desvalorizada no mercado interno desde o início do ano, a entidade não vê suporte doméstico para reversão do quadro no curto prazo, já que a tendência é de aumento da oferta da carne suína.

A situação se repete nas regiões produtores de suínos em Santa Catarina. As informações da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS) confirma a situação. Hoje, os suinocultores tem vendido o quilo do animal a R$ 1,80, enquanto que seu valor de produção ultrapassa R$ 2,65. Um prejuízo de R$ 85,00 por animal (de 100 quilos) comercializado. Nessa semana, por iniciativa da ACCS o Brasil conheceu na última semana a real e plena situação da Suinocultura Catarinense e Brasileira. Por meio desse manifesto, durante a maior feira do setor no estado, realizada em Braço do Norte, os produtores puderam manifestar sentimentos de tristeza e revolta transformando a exposição viva de suínos em um cemitério.

Segundo a ABCS, a disponibilização de sacas de milho a R$ 21,00 nos estados tem auxiliado a situação, mas para conter a crise seria necessário comprar 54 ton/mês, sendo que atualmente só está disponível 27 ton/mês por produtor. A sugestão da entidade é que os suinocultores possam comprar duas vezes ao mês, na primeira e na segunda quinzena.

Outra reivindicação é a inclusão da carne suína na pauta de produtos amparados pela Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que está sob minha relatoria e busca evitar a volatilidade do preço dos insumos. Dessa forma possamos inviabilizar a produção de suínos (como o milho, por exemplo, que saiu de R$15,00/saca 60kg para R$32,00/saca 60kg em algumas regiões do País).

Se a crise da suinocultura chegou ao plenário do Senado é sinal de que as demandas do setor precisam ser atendidas, por esse motivo a ABCS junto a Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSRUS) e suas entidades regionais estão mobilizando suinocultores para um ato público, como um manifesto reivindicando melhores condições para produzir e preço justo ao produtor de suínos”.