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Voltar Publicado em: terça-feira, 26 de fevereiro de 2013, 2h31

Caso Doux Frangosul: veto do CADE traz aflição aos suinocultores

Caso Doux Frangosul: veto do CADE traz aflição aos suinocultores

Sem informações, cerca de 700 produtores temem o fechamento das granjas

O veto do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por unanimidade, quanto a aquisição de ativos de produção e abate de suínos da Doux Frangosul em Ana Rech (RS) pela BRF Brasil Foods, trouxe desespero aos suinocultores ligados a empresa. Desde 2011, a BRF assumiu a gestão da operação de suínos – incluindo pagamento a integrados e fornecedores – da Doux no Brasil e os ativos da companhia no segmento foram dados em garantia (cláusula de alienação fiduciária) pela Doux à BRF.

Atualmente a unidade de Ana Rech trabalha com 700 produtores integrados e conta com um rebanho de matrizes de 33 mil cabeças. “Nos preocupa a questão social, com a manutenção da unidade em funcionamento, pois, caso contrário, como iremos nos desfazer de um volume de produção que abate 3 mil suínos ao dia?”, questiona o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador.

A aflição também toma conta do produtor Jandir Piloto que possui mais de 1.100 matrizes no sistema de integração com a empresa. “Estamos em uma condição de insegurança e de apreensão. Não temos informações do que irá acontecer”, desabafa. O produtor teme que a venda da Doux Frangosul seja fracionada. “Nossa grande preocupação é que vendam em partes, separando o frigorifico da produção. Se isso acontecer será o fim para grande parte dos suinocultores”, conclui.

Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o problema que afeta os produtores integrados está longe de acabar. “A questão da Doux não é mais um simples caso de empresas que quebram, levando com ela seus colaboradores, parceiros e acionistas, mas sim uma evidência da falta de eficiência dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, comenta se referindo aos projetos de lei – 8.023/2010, da Câmara, e 330/2011 que trazem maior segurança aos produtores integrados, mas que não tem avançado para aprovação.

O presidente relembrou ainda o sofrimento dos suinocultores na época quando animais morreram por falta de alimentação. “Não podemos reviver esse momento. Acreditamos que, se não for a BRF para administrar, outra empresa deverá tomar o comando. O que não podemos é separar a compra da planta frigorífica das granjas produtoras de suínos. Deve ser uma venda casada, com indústria e produtores. É uma situação muito delicada”, avaliou.

Nesta quarta-feira (27) o presidente da ABCS, irá se reunir com a Frente Parlamentar da Suinocultura para discutir possíveis ações para esse caso.

 

Fonte: ABCS
Publicado em 26/02/2013