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Voltar Publicado em: terça-feira, 1 de junho de 2021, 10h22

MAPA e ABCS em conjunto com as demais instituições do Projeto Piloto de Erradicação da PSC no estado de Alagoas, promovem o treinamento das equipes de vacinadores

Os 56 vacinadores contratados, em conjunto com os servidores das 15 Unidades Regionais da ADEAL, serão os grandes responsáveis por fazer o Projeto sair do papel e chegar até o rebanho do estado

A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) em conjunto com a 333 Brasil, organizaram na manhã da última segunda-feira (31), o evento de capacitação das equipes de vacinadores que irão atuar em campo no Projeto Piloto de Erradicação da Peste Suína Clássica (PSC) no estado de Alagoas. Esse projeto piloto faz parte do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC, criado através de uma importante parceria público-privada entre o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (ADEAL) e entidades do setor privado como a ABCS, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e a ZOETIS.

Na ocasião, foram treinados 56 vacinadores contratados para atuarem nas regiões do sertão, do agreste e do leste alagoano. O evento também contou com a participação do quadro técnico de Médicos Veterinários oficiais das 15 unidades regionais da ADEAL, contabilizando o total de 130 participantes durante todo o curso. A diretora técnica da ABCS, Charli Ludtke, explicou que a contratação dos vacinadores e respectivos coordenadores de áreas só foi possível pelo apoio financeiro do setor privado, em especial da ABPA e da ABCS e seus associados, bem como a intermediação do IICA para que toda essa campanha se concretizasse. Todo o projeto contou com o desenvolvimento de cartilhas, vídeos, folders e um jingle que foram desenvolvidos pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA/SENAR) especialmente para a campanha de sensibilização.

Em outro momento, Charli reforçou que o número de vacinadores foi pensado para reduzir os riscos de contaminação relacionados à pandemia de Covid-19, diminuindo a quantidade de pessoas circulando dentro das propriedades. Afirmou ainda que, além de equipamentos de proteção individual, crachás e uniformes, todos os vacinadores receberão materiais orientativos que servirão para consulta e educação sanitária aos produtores. O diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA/MAPA), Geraldo Moraes, declarou que as expectativas são muito positivas. “Esperamos que ao final deste curso todos estejamos capacitados para exercer essa atividade tão importante, que irá colocar o Plano efetivamente em prática, do papel para o campo.” 

O médico veterinário e auditor fiscal do MAPA, Guilherme Takeda, iniciou o treinamento falando sobre a PSC, que é uma doença extremamente contagiosa e que causa grandes perdas direta e indiretas para as granjas e para a suinocultura nacional. Além disso, ele ensinou como reconhecer os sinais clínicos da doença, como evitar a sua disseminação direta ou indiretamente por meio dos veículos, pessoas e fômites.

Takeda demonstrou também qual é o procedimento caso algum vacinador se depare com animais contaminados com a doença, lembrando que a notificação da PSC é obrigatória. Segundo ele, “os vacinadores serão nossos olhos no campo”, salientando que os profissionais podem aproveitar para reforçar junto aos produtores, como prevenir a PSC com medidas que consistem em não fornecer restos de alimentos e lavagem aos animais, manter os suínos presos para que não haja contato com suínos de outras propriedades, não emprestar ou pegar emprestado reprodutores de outras propriedades, só comprar e vender suínos com garantia da origem reconhecida por órgãos oficiais e sempre transportar junto da Guia de Trânsito Animal (GTA). 

Michael Lise, Auditor Fiscal Federal Agropecuário do MAPA, completou explicando que os vacinadores são importantes agentes para levar a informação direta ao produtor, demonstrando que vacinar os animais traz retorno tanto para a saúde dos suínos quanto para a melhoria dos índices de produtividade, sendo essencial todas as propriedades no estado de Alagoas aderirem ao programa.

Em seguida, o gerente de serviços técnicos da Zoetis, Dalvan Carlo Veit, apresentou todo o procedimento de manipulação da vacina  Pest-Vac, produzida e doada pela própria Zoetis em colaboração com o Projeto, e que já se encontram disponíveis nas revendas parceiras da campanha no estado. Ele explicou que a Pest-Vac é uma vacina contra o vírus da PSC, composta pelo vírus vivo atenuado, que resulta em uma rápida estimulação do sistema imune, garantindo uma boa proteção dos animais. Ele falou também sobre como funciona o manuseio, preparo e aplicação da vacina, que deve ser administrada em dose única em suínos sadios a partir de 14 dias de vida, reiterando que a vacina não causa nenhuma reação adversa significativa nos animais. Além da vacinação, os vacinadores devem realizar também a identificação dos animais vacinados com um brinco amarelo grafado “PSC-AL”, que vai auxiliar posteriormente no monitoramento do governo do estado.  

Para finalizar o curso de capacitação, o Assessor de Defesa Agropecuária da ADEAL, Hedivardo Otoni, e o zootecnista e agente fiscal agropecuário da ADEAL, Grimoaldo Braga, orientaram quanto a organização administrativa da ADEAL e das 15 ULSAVs do estado, que serão os principais pontos de apoio dessas equipes de vacinadores e coordenadores durante a atuação. Na sequência, Grimoaldo repassou aos vacinadores sobre como funcionará o cadastramento e fluxos das informações, georreferenciamento das propriedades, registro de animais (totais e vacinados) e mecanismos de controle e monitoramento total. “Como somos o projeto piloto para os demais estados, temos que nos engajar e fazer de tudo para dar certo, para que os demais estados que compõem a zona não livre também recebam a vacinação contra a PSC.”

O Projeto Piloto 

O Projeto Piloto em Alagoas é um trabalho realizado a muitas mãos e que além de ser uma medida para resguardar todo o rebanho suinícola brasileiro, trará benefícios para toda a cadeia. Atualmente posicionado como o  4° maior produtor e exportador mundial de carne suína, o Brasil possui 11 estados no norte e nordeste do país, (Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Amapá, Pará, Amazonas e Roraima), com status de Zona Não Livre de PSC, representando 18% do rebanho nacional.

O diretor do Departamento de Saúde Animal (DSA/MAPA), Geraldo Moraes, explica a importância da vacinação em Alagoa “Quando pensamos no risco ao qual a circulação do vírus da PSC representa para toda a suinocultura, dar esse passo inicial, quebrando o ciclo da doença nos estados onde temos encontrado focos e saneados, é fundamental também atuarmos em uma medida preventiva. Nesse sentido, a vacinação faz parte do sucesso de todo o plano”. Em se tratando dos benefícios de alcançar o status nacional de Zona Livre da doença, Geraldo reforçou que essa conquista irá significar a abertura de diversos mercados de exportação de carne suína, além de atestar a sanidade da suinocultura brasileira a nível mundial.

Demais parceiros e apoiadores 

A iniciativa conta também com a parceria da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas (FAEAL). E com o apoio da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS), Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Associação dos Criadores de Alagoas (ACA), Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e o Fórum Nacional de Executores de Sanidade Agropecuária (FONESA).