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Voltar Publicado em: sexta-feira, 14 de novembro de 2025, 2h58

­­­Números preliminares do IBGE apontam retomada consistente do crescimento da produção

Veja o panorama completo da suinocultura no mês de novembro!

O IBGE publicou, no último dia 12, dados preliminares de abate do terceiro trimestre de 2025, com recorde histórico de cabeças e toneladas de carcaças produzidas num intervalo de 3 meses. Conforme a tabela 1, a seguir, entre julho e setembro de 2025 foram abatidos 15,8 milhões de suínos, representando 1,488 milhões de toneladas de carcaças, respectivamente, 5,26% e 6,07% a mais que o mesmo período do ano passado; este crescimento representa mais que o dobro do incremento ocorrido no 3º trimestre de 2024 em relação a 2023 (em destaque na mesma tabela 1).

No acumulado de janeiro a setembro deste ano o crescimento do abate, comparado com 2024, foi de pouco mais de 1,5 milhões de cabeças (+3,43%), representando quase 200 mil toneladas de carcaças a mais (+4,88%), um aumento surpreendente e bem acima do que se esperava no início do ano.

Tabela 1. Abate brasileiro de suínos trimestral de janeiro de 2024 a setembro de 2025 (*), em cabeças, toneladas de carcaças e peso médio das carcaças, comprado com o mesmo período do ano anterior.
(*) dados de julho a setembro 2025 são preliminares
Elaborado por Iuri P. Machado com dados do IBGE.

As exportações continuam crescendo em relação a 2024. Depois de volumes recorde em setembro, o mês de outubro fechou como o segundo melhor mês da história, com 125,6 mil toneladas e carne suína in natura exportada, um incremento de 8% em relação a outubro de 2024 (tabela 2). No acumulado do ano (de janeiro a outubro) já foram embarcadas 1.110.636 toneladas de carne in natura, 13,53% (132,4 mil toneladas) a mais que o mesmo período de 2024.

Tabela 2. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023, 2024 e de janeiro a outubro de 2025 e diferença percentual de 2025 para 2024.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Filipinas se mantém na liderança como principal destino de nossa carne suína e, a China, outrora maior parceiro, embora no acumulado do ano se mantenha na segunda colocação (tabela 3), no mês de outubro/25 terminou em quarto lugar (tabela 4), sendo superada por Japão e México, dois destinos altamente exigentes e que se consolidaram como mercados relevantes para a carne suína brasileira muito recentemente.

Tabela 3. Exportação brasileira de carne suína in natura por destino de janeiro a outubro de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com o mesmo período de 2024.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Tabela 4. Exportação brasileira de carne suína in natura por destino em OUTUBRO de 2025 (em toneladas e em US$) comparado com outubro de 2024.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Devido ao surpreendente aumento de abate ao longo do ano, mesmo com o expressivo incremento das exportações, houve aumento de mais de 2% na disponibilidade interna de carne suína em 2025, sendo que, no período mais recente, este crescimento foi ainda maior, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Esta pequena sobreoferta certamente contribuiu para a estabilidade nas cotações do suíno vivo observada nas últimas semanas, na maioria das praças (gráfico 1).

Gráfico 1. Indicador SUÍNO VIVO – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em MG, PR, RS, SC e SP, diário, de 02/10/25 a 12/11/2025. Preços de 12/11/25 em destaque
Fonte: CEPEA.
 

Dados preliminares de exportação de novembro/25 indicam um recuo nas exportações diárias de carne suína in natura (5.448 toneladas por dia útil até dia 07 de novembro). Ainda é cedo para determinar uma estimativa mais precisa, porém o fim de ano sinaliza para uma redução do ritmo nos embarques, isto, aliado ao fato de que o mês de novembro se encaminha para a segunda quinzena sem sinais de alta significativa nos preços, indica que terminaremos o ano com preços estáveis, sem viés de alta significativa, apesar do aumento sazonal da demanda interna.

CONAB mantém para a safra 2025/26; milho e farelo de soja sobem, mas relação de troca continua boa

O segundo levantamento da safra 2025/26 da CONAB, publicado dia 13/11, não trouxe alterações significativas nas estimativas de produção, tanto da safra verão, quanto da segunda safra. Como estamos no momento de plantio da primeira safra, mais dedicada à soja, o mercado tem variado pouco, mas com viés de alta do milho e do farelo de soja. Uma alta relativamente pequena, mas, no caso do milho, constante (gráfico 2).

Gráfico 2. Preço médio DIÁRIO do MILHO (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 30 dias úteis, até dia 12/11/2025.
Fonte: Cepea

Mesmo com a alta dos principais insumos o custo de produção (tabela 5) e a relação de troca do suíno com milho e farelo de troca (gráfico 3) ainda estão muito favoráveis para o suinocultor.

Tabela 5. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados, mensais, nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) de janeiro a outubro de 2025 e a média anual de 2024.
Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno)
 
Gráfico 3. Relação de troca SUÍNO: MIX milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de novembro/23 a novembro/25 (até dia 12/11/25). Relação de troca ideal, acima de 5,00
Composição do MIX: para cada quilograma de MIX, 740g de milho e 260g de farelo de soja.
Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA – preços estado de São Paulo

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, explica que ao contrário do ano passado, em que houve uma alta bastante expressiva das cotações no mês de novembro/24, este ano os preços pagos aos produtores se mantêm mais estáveis, mesmo com a aproximação do Natal. “Isto porque, apesar do expressivo crescimento das exportações, a disponibilidade interna também aumentou, resultado de uma alta inesperada do abate já apurado até setembro que trouxe um crescimento na produção brasileira muito acima do que se projetava no início do ano”, conclui.