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Voltar Publicado em: terça-feira, 25 de junho de 2024, 5h51

Preço de venda de suínos entra em junho com novo patamar

Confira o panorama do mercado de suínos no mês de junho!  

O mercado ajustado e a estabilidade na produção de suínos finalmente começam a resultar em melhores preços pagos ao produtor. Dados de abate oficiais do primeiro trimestre/24 e extraoficiais de abril e maio/24 (gráfico 1) indicando, na média, pequeno crescimento da produção (menos de 3%) que, aliado a uma pequena elevação das exportações em relação ao ano passado (tabela 2), demonstram que a disponibilidade interna de carne suína se mantém estável.

Gráfico 1. Crescimento percentual mensal do abate de SUÍNOS (cabeças) em 2024, mês a mês, de janeiro a maio, comparado com 2023.
Elaborado pelo MBagro, com dados oficiais de janeiro a março (IBGE) e extraoficiais de abril e maio (SIF e MBagro).
 
Tabela 1. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 e comparativo percentual de 2024 (de janeiro a maio) com o mesmo período do ano passado.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

As cotações do suíno vivo para abate vinham mais ou menos na mesma linha de estabilidade, com pequenas oscilações de demanda ao longo do mês, incluindo a tendência de alta nas primeiras semanas em função da entrada dos salários. Este comportamento das cotações do suíno vivo mudou em junho, podendo ser evidenciado pelos preços da Bolsa de suínos de Belo Horizonte (BSEMG) ao longo do ano, como mostra a tabela 2, a seguir.

Tabela 2. Preço da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) em cada semana do ano de 2024 (R$/kg vivo). Na legenda (cores) é possível verificar o destaque para alguns movimentos relevantes do mercado de suíno vivo
Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG

Em resumo, analisando a tabela 2, com as cotações da BSEMG ultrapassando a barreira de R$ 7,00; bolsa em acordo (fechada) por várias semanas consecutivas, se mantendo em alta até a última semana de comercialização do mês, são indicativos suficientes para afirmar que o preço do suíno em junho mudou de patamar, para melhor. Este mesmo comportamento, de subida nas cotações pode ser observado no preço da carcaça suína em São Paulo, em junho (gráfico 2).

Gráfico 2. Cotação da carcaça especial suína em São Paulo (SP), nos últimos 6 meses. Dados de junho/24 até dia 21/06.
Fonte: CEPEA

Por outro lado, a carne bovina, com volumes de abate superiores aos do ano passado (gráfico 3), apresenta viés de queda nas cotações em junho (gráfico 4)

Gráfico 3. Crescimento percentual mensal do abate de BOVINOS (cabeças) em 2024, mês a mês, de janeiro a maio, comparado com 2023.
Elaborado pelo MBagro, com dados oficiais de janeiro a março (IBGE) e extraoficiais de abril e maio (SIF e MBagro).
Gráfico 4. Cotação do BOI GORDO CEPEA/B3, EM, em arroba, nos últimos 6 meses. Dados de junho/24 até dia 21/06.
Fonte: CEPEA

Este comportamento antagônico entre a carne bovina e suína em junho determinou, pelo menos até o dia 21, uma aproximação dos preços das duas carcaças (redução do spread), conforme apresentado na tabela 3, a seguir. O quilograma de carcaça bovina que chegou a valer mais que o dobro da carcaça especial suína em 2021 e 2022, em junho deste ano está com diferença próxima a 40% apenas.

Tabela 3. Spread em porcento (R$/kg de carcaça) do boi em relação ao suíno e do suíno em relação ao frango resfriado em São Paulo em 2021, 2022, 2023 e de janeiro a junho de 2024.
Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados do CEPEA

Segundo o CEPEA a diferença entre o preço da carcaça especial suína e o da carcaça casada bovina em junho/24 é a menor desde novembro/20, na ocasião o kg da carcaça suína ultrapassou os 13 reais.

Esta redução do spread entre as duas proteínas reforça a situação de relativa escassez de carne suína no mercado neste momento, mas pode ser um limitante para maiores altas desta proteína nas próximas semanas, se o boi não voltar a subir significativamente.

Em relação às exportações de carne suína in natura, o mês de maio manteve a tendência de queda de embarques para a China que, no acumulado do ano reduziu em quase 40% as importações da nossa carne suína, quando comparado com o mesmo período do ano passado (tabela 4). Assim, o gigante asiático, que já comprou mais da metade de nossas exportações, na soma dos primeiros 5 meses de 2024 representou somente 23,5%. Por outro lado, as Filipinas se consolidam como o segundo maior comprador do Brasil (tabelas 5 e 6) e o México, um dos maiores importadores de carne suína do mundo, pelo segundo mês consecutivo, volta a comprar volumes expressivos de nossa carne, depois de uma suspenção de praticamente 4 meses (gráfico 5), determinada pela justiça daquele país, em função de pressão dos suinocultores mexicanos.

Tabela 4. Volumes exportados totais e para a China de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 (de janeiro a maio) e comparativo percentual de 2024 (em destaque) com o mesmo período do ano passado.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.
Tabela 5. Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada entre JANEIRO E MAIO de 2024, comparado com o mesmo período de 2023, com valor em dólar (FOB).
Ordem estabelecida sobre volumes de 2024.
Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex
Tabela 6. Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em MAIO de 2024, com valor em dólar (FOB).
Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex
Gráfico 5. Exportação mensal de carne suína brasileira in natura para o México, em 2023 e 2024, em toneladas. Destaque para os volumes totais exportados ano passado e percentual sobre o total e a suspensão dos embarques em dezembro/23, com retomada em abril.
Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da Secex.

Colheita da segunda safra avança e cotações de milho se mantém em queda

Segundo o MBagro a colheita do milho safrinha no Centro-Sul do Brasil já acumula 9,1% da área colhida até dia 14 de junho, cerca de 3 pontos percentuais acima da média histórica, sendo que o Mato Grosso colheu até o momento cerca de 14% de suas áreas de safrinha. Ainda segundo o MBagro, os EUA já terminaram o plantio da safra de milho está nos estágios iniciais de desenvolvimento vegetativo e até o dia 16 de junho apresenta as melhores condições de cultivo dos últimos 4 anos, com 72% das áreas sob boas ou excelentes condições de desenvolvimento.

A CONAB divulgou dia 13/06 o nono levantamento da safra 2023/24 que, novamente, trouxe um aumento na previsão de volume de milho a ser colhido, em mais 2,5 milhões de toneladas, totalizando 114,1 milhões de toneladas a serem colhidas (tabela 7), sendo que, ainda segundo a CONAB, deste total, pouco mais de 88 milhões de toneladas devem ser produzidas nesta segunda safra.

Tabela 7. Balanço de oferta e demanda de MILHO no Brasil (em mil toneladas). Dados da safra 2022/23 atualizados em 13/06/24, sendo estoque final estimado para 31/01.
Fonte: Conab

Com alta disponibilidade de milho estocado ou a ser colhido no Brasil e com a safra estadunidense se estabelecendo bem, as cotações do grão apresentaram ligeira queda em junho, até o momento (gráfico 6).

Gráfico 6. Preço do milho (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 24 meses, até dia 21/06/24.
Fonte: CEPEA

O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, comemora: “Finalmente o preço do suíno vivo ultrapassou por mais de duas semanas a barreira dos 7 reais em Mina Gerais, uma tendência de alta que se observa também nas demais praças relevantes da suinocultura. A redução da diferença de preço entre a carcaça suína e bovina dá mostras de que, mesmo com a diminuição da competitividade em preço, a demanda por carne suína tem ultrapassado a oferta e sustentado os preços. Além disso, a alta oferta doméstica e mundial de milho e a aproximação do segundo semestre, que tradicionalmente incrementa a procura por carne suína, deixa o setor mais otimista para os próximos meses”, conclui.